Eis que um dia a justiça foi feita. Se não a dos homens, pelo menos a cármica. Houve o deprimente desfecho sobre o horrendo caso envolvendo a polícia britânica Scotland Yard, que embora tenha sido culpada pelo assassinato covarde do inocente brasileiro Jean Charles de Menezes, não teve nenhum oficial devidamente responsabilizado; ou seja, não foi ninguém. A tragédia aconteceu em 22 de julho de 2005, duas semanas depois de um atentado à bomba em um trem no metrô da cidade, que havia vitimado 52 pessoas, fato que exigia um culpado. O da vez foi Jean, que trabalhava como eletricista na cidade e foi confundido com um terrorista árabe que teria participação nos ataques. Em uma atrapalhada incursão da polícia, foi morto sem nenhuma chance de se explicar, com cinco tiros na cabeça.

Pois eis que o comandante da ação, o chefe da Scotland Yard, Sir Ian Blair, pediu para sair, um pouco tarde, na verdade, três anos depois do ocorrido, mas seu mandato era válido até 2010!! O jornal inglês Daily Mail não se agüentou e pôs na manchete a frase que na verdade eu acho que expressa o que os britânicos gostaríam de dizer a nós brasileiros, pelo fato: "Em nome da decência, o senhor Ian agora vai". E já vai tarde. E Jean Charles, de um subestimado e simples imigrante brasileiro a tentar a vida na Inglaterra acabou abalando as estruturas da mais pomposa polícia do mundo e ainda se eternizou como um mártir.
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