sábado, 28 de março de 2009

Uma bicicleta no meio do caminho

A imagem acima é de um bicicletário em Amsterdã, mas poderia figurar um pouco mais aqui no Brasil. Cresce a cada dia a adesão das pessoas por um meio de transporte que . Tenho um amigo meu que pedala pelas ruas com uma camiseta que diz: "Sou um carro a menos na sua frente". A idéia é legal, mas acho que o nosso país não é nem um pouco adaptado para quem quer aderir à bicicleta. Não há vias específicas aonde mais precisa, que são vias expressas e de fluxo intenso; e mesmo sendo uma forma de transporte a bicicleta não deveria responder à mesma legislação de trânsito que rege carros, motos e caminhões, pois não possui motor, a velocidade e o espaço que ela ocupa são infinitamente menores. Sem falar na falta de respeito que o motorista tem com os ciclistas, parece que até com raiva deles ficam. Cada um tem o direito de ir e vir, e como quiser.

Certo dia, faz pouco tempo, li que uma moça foi atropelada na Avenida Paulista, por um ônibus. Morreu na hora. Márcia Regina de Andrade Prado tinha 40 anos e era radical na causa de trocar carros por bikes - muito pertinente para quem mora em São Paulo. Seus companheiros de passeios ciclísticos fizeram um protesto para homenageá-la, uma passeata no local aonde ela morreu. Carregavam uma bicicleta vazia, sem condutor, toda pintada de branco, chamada ghostbike. Essa prática é conhecida mundialmente por quem é ciclista e costuma ser feita toda vez que um biker vira vítima desse trânsito louco.

Embora o motorista do ônibus tenha ficado arrasado com o fato de ter tirado a vida da moça, ele que causou sua morte, pois ao tentar ultrapassá-la, bateu em seu guidom, fazendo com ela perdesse o controle da bicicleta e fosse parar embaixo do ônibus. Se os motoristas tivessem uma consciência mais humanitária, de proteger a pessoa, em vez de valorizar a pressa; e se tivesse ciclovias bem demarcadas, tragédias como as de Márcia não aconteceriam mais.

Só que não existem somente ciclistas na rua. Existem pedestres, existem bichinhos que às vezes querem atravessar a rua e não entendem a lógica desordenada e frenética do trânsito. As pessoas estão cada vez mais loucas dirigindo, não entendem que, como tudo na vida, para se dirigir um carro é preciso bom senso, responsabilidade e prudência.

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