domingo, 31 de maio de 2009

Achei muito legal a matéria com Marcello Anthony no caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo. Porque o ator fala sem problemas de um assunto que para muitos é tabu, e ele tem toda a razão; em uma sociedade hipócrita e preconceituosa, discutir legalização da maconha é completamente inviável. Até porque ele sofreu na pele as consequências de ter sido preso em flagrante por ter comprado cem gramas da droga, em 2005. Ficou marcado por isso para muitas pessoas. Para outras, mais adultas e desenvolvidas; o que fica é o nome de um grande ator, que está atualmente em cartaz no Rio de Janeiro com a ótima peça de Nélson Rodrigues, Véu de Noiva; cidadão casado que adotou duas crianças brasileiras e que só não adotou a terceira porque a família biológica desistiu.

É bom desmistificar o papo das drogas. É de se pensar no argumento de quem diz que a maconha é a porta de entrada para outras mais pesadas, como o crack e a cocaína, até porque todas elas são vendidas no mesmo lugar, o submundo da favela. Mas o mais hipócrita é que drogas muito mais perigosas são vendidas livremente, como o álcool por exemplo; e ninguém faz nenhum alarde contra, pelo contrário, a nossa cachaça brasileira é até cartão de visitas do país. O cigarro nem vou falar, porque daqui a pouco os politicamente corretos já estão fazendo campanha para proibir. Mas seja qual for a droga ou a substância que um indivíduo quiser consumir, na nossa atual sociedade a sua obtenção não implica nenhuma dificuldade.

O que é melhor? Baixar uma portaria proibindo, tornando crime o consumo, ou esclarecer a população? Quem é dependente químico sempre vai ser, seja qual for a substância. E a lei seca, alguém ainda se lembra dela?





Outra reportagem legal do mesmo caderno, traz Rita Lee, super tranquila, em uma fase de meditação e lançamento de seu pacote de CD e DVD ao vivo pela MTV. Em uma conversa franca e rara (ela só atende ao jornalistas por e-mail), a cantora de 61 anos disse uma frase que adorei. Ela revela que odeia termos que lê na mídia, tais como irreverente ou reinventar-se. "Isso é bobagem da Madonna, que bota uma roupa diferente e acha que se reinventou. Na real, a vida é uma reinvenção diária. A minha, pelo menos, tem sido assim." Ótima.

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