Apesar de sempre ter sido favorável à descriminalização, o ex-presidente da República fala com propriedade sobre o assunto: foi ele que criou em seu governo, a secretaria nacional antidrogas. Mas ele também comunga da opinião que não adianta somente a repressão para se terminar com esse problema, e nem adianta culpar o usuário pelo tráfico desenfreado. "Eu diria para as mães que se preocupam com seus filhos: o fato de o fruto ser proibido é que dá mais vontade no seu filho de experimentá-lo." Dependência química é doença, e para FHC é preciso mudar o paradigma deste cenário, concentrando os esforços em campanhas educacionais, como na Europa, que considera o usuário um problema médico e o traficante um bandido; e cita casos como o de Portugal, em que houve uma liberação da maconha e o consumo diminuiu.
Fernando Henrique deixa bem claro na entrevista que nunca foi usuário de drogas, nem de cigarro, e que não está pregando que se libere geral. Está propondo, como sociólogo extraordinário que é uma discussão mais ampla sobre o assunto, e usando seu respeitado nome para alertar para um problema de saúde pública e segurança nacional.
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