E a revista Veja dessa semana também recorre ao tema do mito, mas para falar do filme sobre a vida do Presidente Lula. A reportagem acaba por questionar se o fato de o longa-metragem ser lançado às vésperas de um ano eleitoral não o torna um forte instrumento de propaganda política, visto que a trama retrata Lula como um herói, ou até mais que isso, comparando sua vida à de Jesus Cristo. E ainda acaba por alertar o quanto perigoso pode significar a tentativa de se transformar o Presidente em uma figura mitológica, ainda mais em um regime democrático.
É claro que, hoje em dia, é muito mais difícil se transformar alguém em mito. Há muito acesso à informação e os tempos são diferentes. No tempo de Jesus Cristo, não havia tantas pessoas esclarecidas, não havia globalização e também a religião era uma prática muito mais respeitada e difundida, talvez até confundida com a política na prática. E também, se comparar com a maior figura mitológica do mundo é dedicididamente um grande exagero. Hoje os paradigmas são outros e os conceitos são mais definidos. Lula até poderá tornar-se um grande líder populista, mas um grande mito, como foi Getúlio Vargas por exemplo, é uma tarefa muito mais difícil, mesmo que ele conte com o apoio da enorme quantidade de eleitores brasileiros que se identificam com sua história: pobres, de origem humilde, nordestinos e trabalhadores.
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