A matéria fala sobre os profissionais que optam por apostar na carreira em Porto Alegre mesmo, ou até em quem mesmo trabalhando em outra cidade tem residência fixa na capital gaúcha, como no caso do ator Zé Victor Castiel. Os exemplos de profissões são os mais variados, começando pelos renomados médicos Jose Camargo e Fernando Lucchese, passando pelo judoca João Derly, o cineasta Jorge Furtado, e o publicitário Marcelo Pires. Todos esses profissionais receberam propostas ótimas, de deixar a capital do Rio Grande do Sul para investir em um crescimento na carreira, mas escolheram por fazer seu nome na própria cidade aonde moram; como define a reportagem, transformando a própria cidade em um grande centro. E todos muito bem sucedidos.
A matéria traz um artigo publicado no jornal como argumento ilustrativo, assinado pelo também publicitário Carlos Saul Duque. Com o título "The Nei Lisboa Paradox", ele fala sobre a conflituada relação de Porto Alegre com o talento e a criatividade, e cita o cantor e compositor Nei Lisboa como seu grande exemplo. Seu argumento é de que Nei seria uma figura muito mais notória em qualquer outra cidade, tamanho seu talento, mas mesmo assim optou por permanecer aqui. E afirma que não entende como exportamos nossos talentos, seja de qualquer área, sendo um lugar de pessoas tão exigentes, e uma cidade com tanto potencial.
Eu concordo muito com ele nisso. Realmente é um paradoxo. Porto Alegre poderia ser muito mais auto-suficiente em termos de mercado, de carreira. Os gaúchos inclusive gozam de uma referência muito positiva no mercado profissional e talvez por isso consigam se inserir de uma maneira mais global em qualquer cenário. Mas falta ao próprio local de origem expandir essas oportunidades por aqui mesmo e torná-las atraentes para quem vive na cidade.
Já ouvi muitas pessoas, vindas de outros estados falar do gaúcho e também do portoalegrense como bairrista. Acredito que somos ligados à regionalidade, isso é verdade, mas nos valorizamos pouco. Levamos pouco em conta nosso talento e nossos aspectos positivos, que talvez por esse mesmo motivo brilhe tanto aos olhos dos outros, muito mais do que aos nossos.
A reportagem especial da Zero Hora deste sábado é de Itamar Melo, com a colaboração de Bruna Vargas, João Guedes e Fábio Prikladnicki.
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