E neste sábado o Segundo Caderno trouxe uma maravilhosa lembrança: a sua matéria de capa fala sobre o lançamento da fotobiografia da escritora e jornalista Patrícia Galvão, a Pagu, que teve seu centenário celebrado no dia 9 de junho, com inúmeras e merecidas homenagens.
O livro é assinado em parceria com o filho de Pagu, Geraldo Galvão Ferraz, e a professora Lúcia Maria Teixeira Furlani, que desenvolveu um trabalho de 22 anos de pesquisa. A edição é da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo em conjunto com a Universidade Santa Cecília, de Santos.
Pagu, por Portinari
Pagu foi uma personagem muito importante no movimento modernista, musa de vários escritores e artistas, ativista política e comunista revolucionária, e que acabou, como tantos, sendo presa (na verdade ela foi a primeira mulher a ser presa no Barsil sob motivos políticos) e torturada pelos seus ideais. Mas, acima de tudo ela era uma mulher que não se prendia a convenções, que era livre no amor, nos costumes e nas ideias, e que chocava pelo seu comportamento considerado rebelde pelos integrantes conservadores da sociedade. O conservadorismo hipócrita da burguesia era inclusive um dos temas mais desconstruídos por ela, em seus artigos no jornal "Homem do Povo", editado por Oswald de Andrade, que foi casado com ela. Mas a definição do poeta concretista Augusto de Campos demonstra a representatividade de Pagu na história da sociedade brasileira: "a primeira mulher nova do Brasil no século 20."
Como jornalista, ela era correspondente de vários jornais e viajou para vários lugares do mundo, entrevistou Sigmund Freud, e na China assistiu a coroação de Pu-Yi, o último imperador chinês. Foi inclusive através do imperador que Pagu conseguiu as primeiras sementes de soja, que foram introduzidas na produção agrícola brasileira.
Era uma grande mulher, uma pessoa que tinha ideias próprias e agia de acordo com o que acreditava, não se importando com o que os outros pensavam, ou se prendendo a convenções e modelos repletos de esteriótipos.
Na real apenas uma mulher que curtia bem a vida e que queria ser muito feliz.
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