"O poeta nos dá sua essência, mas a prosa pega o molde do corpo e da mente."
"É muito mais fácil matar um fantasma do que matar uma realidade." (Virginia Woolf)
Como é possível escrevermos sobre o que acontece a nossa volta, se não houver honestidade ao contar a própria história? É claro que essa relação de transparência entre o escritor e seus leitores exige um exercício de entrega, de exposição absurda, muito mais do que qualquer outra atividade. Quando não havia internet, lá nos tempos da Virginia Woolf, de Marcel Proust, de Bukowski, Fante, Kerouac, de Walt Whitman e tantos outros nomes que se eternizaram na literatura, o escrever era simplesmente um enorme exercício de imaginação e também de autoconhecimento, ou até mesmo uma grande vontade de desabafar para o mundo as inquietações da suas almas, mas era uma atividade solitária e isolada. No mundo atual quem escreve tem a oportunidade de interagir com quem o prestigia, de ter a resposta quase em tempo real sobre seu trabalho, além de se expor umas dez vezes mais do que antes. Claro que é também muito mais difícil se destacar em um universo tão democrático, porém isso também é um grande desafio.
Eu estava olhando as matérias sobre a Bienal do Livro, aonde o maior destaque que se dá é para a versão digital dos livros, com animações e recursos multimídia. Legal e tal, mas nada se compara a folhear um livro feito de papel. E o curioso é que a nova geração acha tão natural essa nova realidade, que em um futuro muito próximo elas nem vão imaginar que existiu um mundo analógico. Talvez eu seja muito ligada à nostalgia, ou pense que não há problema algum em mantermos alguns velhos hábitos e manias.
"Tudo está bem quando termina bem." (William Shaekspeare)
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