terça-feira, 29 de julho de 2008

Comparações esdrúxulas



As pessoas adoram comparações. O novo Pelé, o novo Ronaldinho, a nova Gisele Bundchen, a nova Elis Regina...




Na revista Vanity Fair deste mês a capa é a primeira dama da França, Carla Bruni, que é uma mulher muito mais interessante pelo que já faz como delicada cantora e do que já fez como expressiva modelo, do que como primeira dama. Eis que na revista a estão comparando com Jacqueline Kennedy Onassis. Jackie ficou marcada no imaginário americano como a primeira dama eterna, pela sua elegância, postura e refinamento. Claro que Bruni se envaideceu com a comparação e não a rejeitou. Mas vamos combinar que Sarkozy não é Kennedy, os países e os tempos são outros. Comparações sempre são perigosas, porque tentam nos idealizar de acordo com o padrão de outra pessoa. E a comparação te cabe se te favorece. Sabe quando os pais falam para os filhos: Porque você não é como o fulano? Porque ele consegue e você não? Não existe frase mais cruel.






Às vezes as pessoas não percebem o quanto estão sendo rudes. Qual é a semelhança entre as duas? Pode até ser que a Vanity Fair considere um elogio chamar "A Nova Jackie O.", mas esta já existiu antes. Carla Bruni inspira-se sim em Jackie, isto não é pecado, é inteligência. Mas o fato de buscar essa fonte nela não a torna igual ao modelo que copia. Aliás, Carla se inspira somente na moda, porque se observarmos sua vida pessoal, ela é bem mais segura e intensa e tem muitas outras características, é linda, criativa e tem muitas coisas a oferecer. Mas como sempre quem sofre com a comparação acaba supreendendo positivamente, acredito que Bruni saberá sobresair-se com personalidade em qualquer situação.
P.S.: No Blog do Sérgio D'Ávila há um há um ótimo post sobre a matéria. Confira.

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