sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A nossa estrela dourada








O esporte nos reserva emocionantes surpresas que somente os Jogos Olímpicos são capazes de proporcionar. Maurren Maggi teve sua primeira participação nas Olimpíadas no ano de 2000 em Sydney. Ela era uma menina de 26 anos, alegre, divertida, sempre com seu sorriso aberto e seu alto astral contagiante. A experiência era nova, ela surgia como uma revelação na modalidade, e conquistou a posição 25 na competição. Sua brilhante carreira estava crescendo de forma meteórica, conquistando cada vez mais melhores marcas. Em 2003, estava no auge, conquistou a melhor marca do salto em distância.







Foi neste momento que Maurren enfrentou o pior obstáculo de sua carreira. Poucos dias antes do Pan-Americano de Santo Domingo em 2003, foi acusada de doping e suspensa do atletismo por dois anos pela Federação Internacional das Federações de Atletismo. A notícia foi um choque para a saltadora. Bonita, ela sempre foi muito vaidosa, e decidiu submeter-se a sessões de depilação definitiva. Na cicatrização usou a pomada novaderm, desconhecendo que o creme possuía na sua fórmula a substância proibida clostebol. Mesmo alegando desconhecer o fato, não houve defesa que pudesse reverter a decisão. O desgosto dela foi tão grande que largou tudo.





Depois de terem lhe tirado toda a sua confiança, toda a sua vida, ela resolveu olhar para novos rumos e investiu na vida pessoal. Quando casou-se com o piloto Antônio Pizzônia e foi morar com ele em Mônaco, embora tivesse abandonado as pistas, continuou o treino montado pelo seu técnico Nélio Moura. Sabe aquele ditado, "Deus fecha uma porta, mas abre uma janela?" Pode parecer um pouco piegas, mas sem saber, naquele momento para a atleta, seu destino estava começando a ser escrito. Aquela parada talvez fosse necessária, para que Maurren amadurecesse, se preparasse melhor, e se focasse no seu objetivo, na sua conquista.








E o tempo trouxe sua recompensa, seu maior tesouro, a pequena Sofia, sua filhinha, a companheira, um presente maior que qualquer índice, qualquer medalha. Ser mãe lhe deu maturidade, confiança, amor, lhe deu tudo o que precisava. E de repente ela percebeu que não precisava mais ter medo de nada.



E então em 2006 a suspensão passou. Um dia, ela foi para a pista do Ibirapuera e voltou à treinar. Não parou mais e sua marcas só aumentavam. Nem parecia que ela estava há dois anos sem competir. Em 2008 chegou em Pequim disposta a chegar e conquistar. Mais madura, mulher, sempre simpática e sorridente e alto astral. Estava lá por um motivo, tinha uma missão. Uma medalha para a filha Sofia.




Hoje, dia 22 de agosto de 2008, Maurren Maggi, fez história no esporte brasileiro e mais do que isso deixou a todos nós muito orgulhosos de sua alma guerreira e sua história de superação. Porém, ela tem porte de vencedora, ela já venceu na vida, ela sabe disso. A medalha de ouro somente confirmou o seu triunfo.




Parabéns Maurren eu chorei demais te vendo no pódio e depois chorei demais te vendo conversando com a Sofia. Foi lindo. Eu também tenho um tesourinho de 3 anos chamada Helena e sei a força que elas podem nos dar. Você não sabe o orgulho que você me deu de ser brasileira e sobretudo o orgulho de ser mulher brasileira.















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