A vontade de ficar

Achei incrível a atitude de Diego Ribas de bater pé com o Werder Bremen para ficar na seleção, em uma época que tantos jogadores pouco se importam em jogar pela equipe brasileira. Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, são ídolos que ganharam muitos títulos, fama, dinheiro e parece que esse foi o topo para eles. Nem a seleção interessa mais. Eu escrevi um comentário no blog do Nando sobre a seleção brasileira de todos os tempos, promoção que ele está fazendo em seu programa na rádio Gaúcha, e argumentei que nos tempos de Pelé, Garrincha, da seleção de 70 e até estourando, a de 82, os jogadores eram apaixonados por jogar futebol, era um orgulho jogar na seleção brasileira. A paixão era desnortear o time adversário, seja com táticas e jogadas espetaculares ou com dribles desconcertantes de nossos craques, que quase sempre resultavam em gol. As partidas da nossa seleção normalmente terminavam em goleada quando jogávamos contra times fracos, e não era fácil ganhar do Brasil.

O nosso país sempre se orgulhou de ser o país do futebol, do Pelé, e agora temos Dunga e seu mau humor, sua grossura e sua falta de noção de futebol. Respeito sua estrela de tetracampeão, mas ele só a teve por causa do talento de seu companheiro Romário, e por ironia do destino, Dunga é o técnico mais retranqueiro de que se tem notícia. E não adianta nada, porque seu time é o que mais toma gol. Eu acho que ele não tem idéia do que está fazendo e nem por que está ali.

Porém a atitude de Diego e de seu colega Rafinha mostram que ainda há jogadores que amam a camisa canarinho. Os dois jogadores jogam na Alemanha (Rafinha pelo Schalke 04) e as equipes alegaram que os jogadores poderiam se lesionar durante as Olimpíadas. Mas diante do pedido de de dispensa, os atletas ameaçaram voltar ao Brasil, e não à Alemanha, em protesto. Os clubes recuaram e os jogadores puderam continuar na seleção. Decisão acertada, pois o patrimônio de um clube não pode falar mais alto do que a defesa de uma nação.