Com o fim das Paraolimpíadas o mundo pode se orgulhar de todos os nossos heróicos atletas que ultrapassaram o limite da superação e atingiram índices maravilhosos de amor ao esporte. O Brasil fez um bonito trabalho terminando em nono lugar no quadro de medalhas, várias de ouro.
Os deficientes físicos um dia já foram quase que banidos da sociedade, porque eram considerados defeituosos. Não podiam sair de casa pois não havia estrutura social que os abrigava. Hoje a situação está só um pouquinho diferente.
Aqui no Brasil ainda lutamos por uma maior dignidade e respeito no tratamento de nossos deficientes físicos, seja na figura de uma rampa no cordão da calçada, um melhor acesso ao ônibus e metrô, adaptadores em banheiros ou tantas outras melhorias para facilitar a vida de quem precisa desta ajuda. Cegos, por exemplo. Eu acho que as travessas de sinaleiras tinham que ter um alerta sonoro para cegos.
Bem, enfim, mas eu estou falando tudo isso é por causa de outra coisa. São por causa dos anões. Estava lendo no UOL sobre a vida deles, e me lembrei que na faculdade eu fiz um documentário sobre isso. E é extremamente desalentador como as pessoas têm duas atitudes com quem é anão: ou o ridiculariza, ou o ignora. O preconceito é tão implacável que a maioria deles não possui profissão e nem sequer curso superior. O que mais me chamou a atenção foi o fato de uma pessoa falar na matéria ter que parecia que ela tinha que trabalhar dobrado que tinha que provar para as pessoas que era capaz. No caso do meu documentário, a protagonista se formou em relações públicas e mostrava sua vida normal, típica de uma garota jovem e solteira, seu cotidiano, sua família de pai e irmão anões. Família normal, igual à qualquer outra, deveria então ser considerada normal. Mas não é.
A matéria do Uol relata o descaso com essa parcela da população. Não há adaptação para anões no Brasil e nem discussão em torno disso no governo, e eles são considerados deficientes físicos desde 2004. Podem ser beneficiados com adaptações de acordo com a sua estatura em ônibus e caixas eletrônicos, além de isenção de passagem em ônibus e também o beneficiamento na lei de cotas, em que a iniciativa privada destina de 2 a 5% de seus cargos para deficientes físicos. Porque será que alguns são e outros não?
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