Fique atento

O site de relacionamentos MySpace anunciou nesta semana que excluiu perfis de 90 mil usuários identificados como "molestadores e predadores" sexuais. O site resolveu adotar uma postura mais agressiva contra esse tipo de prática, depois de não ter divulgado os nomes dos suspeitos à polícia no ano passado, citando leis federais que proibiam a divulgação. Meses depois, um promotor da Carolina do Norte (EUA) alegou que a rede social tinha cerca de 29 mil contas consideradas abusivas, o que levou o MySpace a revisar suas táticas de proteção à identidade.

Tanto o MySpace como o Facebook concordaram em aplicar leis e critérios mais restritivos e implementar novas tecnologias que ajudassem a proteger crianças, como verificação mais rígida de idade, banimento de acusados de crimes sexuais e capacidades limitadas para quem buscava usuários abaixo dos 18 anos. Oficialmente, o Facebook afirma que, com a integração das ferramentas, a rede social ainda não teve que lidar com um caso de abuso sexual decorrente do contato entre usuários dentro do serviço.

Mas é muito importante que este controle seja feito por quem está perto das crianças. Elas não enxergam maldade e os pedófilos utilizam todos os tipos de atrativos para chamar a atenção de seus alvos. Cabe aos adultos reprimirem essa prática bizarra e sem sentido. Essa notícia do MySpace, é só um alerta. Orkut e Messenger também são sites de relacionamento, e devem ser usados pelas crianças com o conhecimento dos pais e responsáveis, para a própria segurança deles.

Falando em crianças, recomendo a entrevista do mês da revista Marie Claire, edição de janeiro, com Yvonne Bezerra de Mello, uma mulher corajosa, que vive em uma realidade diferente das crianças com quem trabalha, mas conhece bem a realidade delas. Ela é fundadora do Projeto Uerê, que recupera, por meio da educação, crianças com poucas chances na vida - e se sustenta com doações e apoio de empresas. Yvonne é rica, fala várias líguas e viajou pelo mundo, mas resolveu desde 1989 dedicar-se às crianças do Complexo da Maré, que sofrem com o violento cotidiano de viver no meio da guerra do tráfico de drogas. Realidade aliás comum a várias outras milhares de crianças brasileiras pobres, que moram em favelas. Vale a pena ler seu relato, de uma pessoa que luta por um futuro melhor para quem não tem essa chance. Precisamos de mais pessoas como Yvonne no nosso país.