quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Adoro ler revistas, sempre nos trazendo um universo variado e interessante.

Estava em um café e comecei a folhar a Piauí deste mês e achei ótima. Ela conta como é a rotina de uma  uma senhora considerada a penetra de festas chiques mais tradicional do Rio de Janeiro; traz um relato de um professor de cursinho que hipnotizava seus alunos para que eles passassem no vestibular e descreve a rotina do Templo Positivista de Porto Alegre. Mas achei muito bacana o diário do artista plástico pernambucano Daniel Santiago, na época em que veio tentar a sorte em São Paulo. Ele andava com um caderninho e passava anotando tudo, desde seu peso, o que tinha comido ou não, e sobre a dureza de às vezes ter de ficar perambulando pela cidade por não ter nenhum tostão, nem para pagar uma cama. É alentador ver que o tema "as dificuldades de uma pessoa tentando se firmar na vida" não ultrapassa gerações, tempo ou espaço físico.

A matéria de capa da revista Bravo fala sobre a história da grande amizade entre Gabriel García Márquez e Fidel Castro, relatada na recém-lançada biografia autorizada do escritor colombiano, e aproveita para mencionar a relação amistosa de grandes escritores com governantes ditatoriais, caso de Jorge Amado com Stalin e Ezra Pound que admirava Benito Mussolini e Adolf Hitler. Também na revista há a interessante história da cineasta argentina Celina Murga, considerada uma grata revelação da sétima arte, a ponto de se tornar apadrinhada por ninguém menos que Martin Scorcese, diretor de clássicos como Taxi Driver, Touro Indomável e Bons Companheiros.  Recomendo ler sobretudo a entrevista com o filósofo búlgaro Tzvetan Todorov, falando que quando lemos nos tornamos antes de qualquer coisa especialistas em vida; e que tanto os pais como a escola deveriam incentivar e entusiasmar as crianças com o hábito da leitura. Concordo plenamente. Mas também não posso deixar de citar a matéria "A Força da Palavra", que fala sobre os diálogos inteligentes do cinema, colocando a parte final de Casablanca, quando os personagens Rick e Ilsa se despedem, na pista do aeroporto. "Sempre teremos Paris." Demais.

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