quarta-feira, 17 de março de 2010

O antológico livro de John Fante, "Pergunte ao Pó", tem uma passagem em que o personagem Arturo Bandini, decide se postar diante da máquina de escrever por dois dias seguidos, na angustiante missão de escrever uma história que lhe tornasse um escritor famoso, mas ele só conseguia datilografar uma única palavra repetida: palmeira, palmeira, palmeira; a única cena que lhe vinha aos olhos, que ele conseguia vislumbrar pela janela do quarto do hotel que morava.


Ter uma inspiração para escrever não é nada fácil sendo um escritor de livros ou de crônicas, mas acredito que nos dias de hoje é muito mais desafiador ser um escritor no mundo da internet. Temos acesso a todo o tipo de informação, podemos buscar o que quisermos no google ou na wikipédia, há uma oferta muito grande de notícias, com toda a variedade de editorias e suas variáveis. Ou seja, há muita competição.


A redes socias então ampliaram esse processo. Você consegue saber em tempo real qualquer coisa que esteja acontecendo em qualquer lugar somente pelos relatos das pessoas no twitter, é impressionante a velocidade e a abrangência. Cada vez mais o mundo está ficando mais global e mais coletivo. E paradoxalmente estamos ficando cada vez mais solitários também, porque no intuito de querer saber de tudo o que está acontecendo o tempo todo, as pessoas esquecem que o contato pessoal é o mais rico e o mais compensatório que existe no mundo todo.

Por isso que não podemos nunca nos esquecermos de retomarmos velhos hábitos, como largar um pouquinho o computador e ler um bom livro, escutar uma ótima música, desfrutar a companhia de uma pessoa agradável, ou até mesmo degustar um belo vinho, e nada mais.

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