sábado, 23 de agosto de 2008

o homem por trás disso tudo


Ele merecia um post só dele, por vários motivos. José Roberto Guimarães colhe hoje os louros do trabalho vitorioso que exerce no volei brasileiro. Ele jogou como levantador no Brasil e na Itália, e chegou a disputar a Olimpíada de Montreal, em 76, ficando em sétimo lugar. Mas ele mesmo confessa que não se achava diferenciado. "Eu era um jogador esforçado, sem tanto talento, mas dedicado. Não importava o horário de levantar. Meu gosto era tão grande pelo vôlei que eu não me importava."
Para Zé Roberto, foi exatamente essa característica que o tornou técnico. "Não conheci muitos bons jogadores, que tenham sido excelentes técnicos. Em nenhuma modalidade. Ser técnico é ter que observar, se dedicar mais para aprender. Quem tem talento não sabe como se faz isso."
Ele foi campeão em Barcelona com a seleção masculina em 1992, em uma geração incrível, com nomes como Tande, Giovane, Paulão, Maurício, Marcelo Negrão e Carlão.
Assumiu a seleção feminina em 2003. Passou por várias dificuldades quando insistiu em apostar na atual equipe que hoje conquistou o inédito ouro. O mérito foi delas e também foi dele, que suportou junto as críticas e fez aquela equipe acreditar que seu sonho era sim possível. Hoje ele é o único técnico que conquistou medalha de ouro pelas duas seleções brasileiras de vôlei, a masculina e feminina. Além de ajudar as meninas a obter um feito inédito, entrou para a história do país.
“Esse é um dos times mais vencedores de todos os tempos”
antes da final contra os Estados Unidos
A cor da nossa medalha é amarela, sim. Mas é amarelo de ouro.”
depois da final contra os Estados Unidos
A frase acima ele falou para o repórter Zé Alberto Andrade, da Rádio Gaúcha, que está lá em Pequim, fazendo a cobertura da Olimpíada. E é nesses momentos em que reconhecemos as pessoas do bem. Zé Roberto estava dando entrevista para o Zé Alberto e, em meio a ela, o fiscal da organização do evento apareceu querendo levar o ténico na marra para a coletiva. Zé Roberto não aceitou, e disse para o fiscal:
"Deixa ele falar! Nós temos é que comemorar!"
E seguiu a entrevista normalmente, mostrando o exemplo de pessoa que é.
"Consegui devolver para o meu país algo que tinha deixado lá atrás, em Atenas. Tinha deixado um pouco da minha alma lá quando a bola não caiu. Agora estou devolvendo tudo com juros e correção monetária. Hoje eu volto a sorrir novamente"

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